O trato gastrointestinal (TGI) possui uma complexa microbiota que é essencial para a saúde. Modificações genéticas ou ambientais que afetam a função de barreira epitelial intestinal ou que provocam destruição da microbiota inata do TGI, podem levar a uma resposta inflamatória, causada pelo aumento do contato com antígenos bacterianos e alimentares que estimulam o sistema imunológico da mucosa. Grandes pesquisas vêm sendo desenvolvidas buscando manipular esses agentes probióticos, que são capazes de melhorar a saúde gastrointestinal dos indivíduos (1,2). Benefícios palpáveis tem sido encontrado em doenças inflamatórias intestinais, colite ulcerativa, doença de Crohn, bolsite e síndrome do intestino irritável, embora estejam surgindo ensaios clínicos em várias outras condições (3,4).
De maneira geral existem quatro maneiras prinicoais de se alterar a microbiota do TGI, são eles: Administração de antibióticos; dietas terapêuticas e prebióticos (componentes dietéticos que promovem o crescimento e a atividade metabólica de bactérias benéficas), probióticos (bactérias benéficas) ou transplante da microbiota fecal (5).
O benefícios dos probióticos para a saúde humana não são totalmente compreendidos. Mas alguns deles já são bem descritos e apresentam evidências, como por exemplo a supressão do crescimento ou ligação/invasão epitelial por bactérias patogênicas; melhoria da função da barreira intestinal; modulação do sistema imunológico e modulação da percepção da dor. Os probióticos diferem em sua capacidade de resistir ao ácido gástrico e aos ácidos biliares, colonizar o trato intestinal e em sua influência sobre as citocinas secretadas pelas células epiteliais intestinais. Assim, nem todos os probióticos são iguais; como resultado, os benefícios observados clinicamente com uma espécie ou com uma combinação de espécies não são necessariamente iguais a outra (6–8).
Nesse contexto, a prescrição farmacêutica de suplementos alimentares, como os probióticos, é parte do processo de cuidado à saúde relativa ao paciente, conforme prevê as resoluções/CFF nº 585/13, nº 586/13 e nº 661/2018, nas quais o farmacêutico deve selecionar e documentar terapias com suplementos alimentares em farmácias. Cabendo a esse profissional a necessidade de aprofundamento nesse tema visando atender as necessidade individuais do paciente (9,10).