Determinadas doenças são mais comuns durante o verão; saiba quais são e como prevenir

Os dias mais quentes do ano começam em dezembro e se estendem até o mês de março. O verão é caracterizado por altas temperaturas e maior ocorrência de chuvas, além de ser a estação preferida para tirar férias, viajar e frequentar locais com praia e piscina. A falta de certos cuidados, como o uso inadequado do protetor solar, exposição excessiva ao sol, pouca hidratação e alimentação não saudável, podem proporcionar comprometimento grave da saúde. A água acumulada em recipientes e o contato com água de enxurradas e enchentes, também são causas potenciais de doenças. Essa época de muita chuva e ondas de calor contribui, ainda, para que o organismo fique mais fragilizado e os fatores de risco estejam mais presentes. A adoção de determinadas práticas e hábitos podem garantir o bem-estar das pessoas, para que o verão seja aproveitado da melhor maneira possível. Confira quais são as doenças e os sintomas mais comuns nesse período do ano: • Desidratação Ocorre quando a quantidade de perda de líquidos é maior que a reposição no organismo. Essa condição é comum no verão, devido à exposição ao calor e a ingestão deficiente de água. Entre os sintomas desse problema estão mal-estar e fraqueza, ressecamento de mucosas, como olhos, nariz e boca, longos períodos sem urinar e aumento da irritabilidade. Para prevenir a desidratação, é recomendado ingerir muita água, consumir alimentos in natura ou minimamente processados, usar roupas adequadas para a estação e permanecer em ambientes bem arejados, preferencialmente, na sombra. • Micose na pele São infecções provocadas pelo crescimento excessivo de fungos e que podem afetar a pele, o couro cabeludo e unhas, por exemplo. Normalmente, as regiões mais quentes e úmidas do corpo são as que mais favorecem a reprodução dos micro-organismos. Por isso, no verão, em que essas condições são agravadas, as micoses se tornam mais frequentes. Entre os sintomas mais comuns, estão forte coceira, vermelhidão e ressecamento da pele. Para evitar a micose, é preciso secar bem o corpo, especialmente as regiões de dobras, como virilha, espaço entre os dedos e axilas, evitar o uso de sapatos fechados por longos períodos, usar roupas leves e não compartilhar toalhas e outros objetos pessoais. Ademais, é preciso ficar atento com ambientes comunitários, como piscinas, banheiros e vestiários, onde a proliferação de fungos é aumentada. É importante nunca andar descalço nesses locais. • Insolação A exposição excessiva ao sol pode causar dor de cabeça, tontura, vômito ou náuseas, palidez, desmaio e queimaduras na pele. A proteção com filtro solar, permanência na sombra, uso do chapéu ou boné e de roupas para minimizar o contato com o sol são as principais formas de prevenção. • Intoxicação Alimentar Durante a estação mais quente do ano, alguns cuidados devem ser tomados com a alimentação. Nesse período, as pessoas fazem mais refeições fora das residências e comem alimentos de vários lugares, como ambulantes, vendedores de praia, lanchonetes e restaurantes. Por isso, é importante verificar a procedência de qualquer alimento antes de consumi-lo, além de prestar atenção no odor e aparência da comida, assim como a higiene do local responsável por prepará-la. A conservação inadequada de alimentos é uma das principais vilãs durante o verão, pois resultam em intoxicação alimentar. Essa é uma reação natural do organismo após ingerir comidas contaminadas com bactérias, fungos ou toxinas produzidas por esses micro-organismos. Após o consumo de um desses alimentos, os sintomas geralmente iniciam com náuseas, vômitos, diarreia, febre e evoluem para desidratação e mal-estar generalizado. Para evitar a intoxicação, prefira sempre alimentos frescos e evite o consumo de produtos pré-cozidos ou fritos. Além disso, é importante sempre lembrar da regra de ouro do Guia Alimentar para a População Brasileira: prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias a alimentos ultraprocessados. • Inflamações no ouvido O mergulho em mar ou rio e o uso excessivo de cotonete pode provocar otites. Além de dor no ouvido, a doença provoca febre, cefaleia, zumbido, problema de audição e tontura. A enfermidade pode ser prevenida com o uso de protetores macios de ouvido ao nadar. É bom evitar introduzir objetos na parte interna do ouvido, inclusive cotonetes. • Conjuntivite Olhos vermelhos, muito inchados, ardência e com secreção ou não, são sinais clássicos de uma conjuntivite bacteriana, mais comum durante o verão. Ela pode ser transmitida facilmente de uma pessoa para outra ou por meio de contato com objetos e superfícies contaminadas, inclusive na água do mar ou da piscina. Para prevenir a doença, evite aglomerações e o compartilhamento de itens levados ao rosto, como toalhas, maquiagem, pincéis e fronhas. É fundamental higienizar as mãos e olhos com frequência. • Arboviroses No verão, assim como em todas as estações do ano, é preciso manter os cuidados para minimizar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Isso significa eliminar os focos de água parada onde o inseto deposita os ovos para se reproduzir. Conteúdo originalmente publicado no Ministério da Saúde. Para conferir o conteúdo completo clique aqui Texto: Karol Ribeiro / Ministério da Saúde
Rotavírus: agente viral é um dos principais causadores de diarreia grave em menores de 5 anos

Uma pesquisa coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com participação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revela que, mesmo com a disponibilidade de vacinas, o rotavírus ainda é responsável pela maior parte dos casos de diarreia grave em crianças menores de cinco anos, principalmente nos países em desenvolvimento. A transmissão se dá por via fecal-oral, por meio do contato pessoa a pessoa, ingestão de água e alimentos contaminados, contato com objetos contaminados e propagação aérea por aerossóis. Além disso, o rotavírus pode ser encontrado em altas concentrações nas fezes de crianças infectadas. Segundo o estudo, de 20,4 mil casos em que a desidratação estava presente e a gravidade foi estimada, 6,6 mil (32,6%) apresentavam desidratação grave. A maioria dos casos foi acompanhada de vômitos e desidratação, e quase todos os pacientes receberam alguma forma da terapia de reidratação no hospital. Importância da vacinação A rotavirose provoca mais de 200 mil mortes por ano no mundo e os resultados da pesquisa, segundo a Fiocruz, reforçam a importância da imunização, visto que o rotavírus é responsável por 33% das internações. No Brasil, em 2022, foram aplicadas, segundo dados preliminares do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações, 3,9 milhões de doses da vacina contra o rotavírus, representando 73% de cobertura vacinal. Reitera-se que a meta de vacinação para esta vacina é de 90%. A população-alvo são as crianças menores de um ano. “O esquema de vacinação contra o rotavírus humano (VORH) é de duas doses, administrado, exclusivamente, via oral, sendo recomendada para crianças aos 2 e 4 meses de idade, sendo que a primeira dose pode ser administrada a partir de 1 mês e 15 dias até 3 meses e 15 dias e a segunda dose pode ser administrada a partir de 3 meses e 15 dias até 7 meses e 29 dias”, explica a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel. Pessoas de todas as idades são suscetíveis à infecção por rotavírus, no entanto, a gastroenterite aguda (inflamação do estômago e dos intestinos) ocorre com maior frequência em crianças menores de cinco anos. Em relação aos recém-nascidos, normalmente as infecções por rotavírus caracterizam-se por serem mais leves ou assintomáticas, provavelmente devido à amamentação e aos anticorpos maternos transferidos pela mãe. Além da vacinação, o Ministério da Saúde recomenda outros meios de prevenção da rotavirose: A gastroenterite causada por rotavírus é autolimitada, com tendência a evoluir espontaneamente para a cura, especialmente em pessoas com o sistema imunológico saudável. Nesse contexto, o tratamento consiste na prevenção e na correção da desidratação e do desequilíbrio eletrolítico, além do tratamento de outros sinais e sintomas, como náuseas, vômitos e febre. Deve-se manter a dieta alimentar normal e não se recomenda o uso de antimicrobianos nem de antidiarreicos. O diagnóstico de rotavírus nos serviços públicos de saúde ocorre a partir da coleta da amostra de fezes (in natura), em torno de 5 a 10 ml, sem conservantes. Conteúdo publicado originalmente no site do Ministério da Saúde. Para conferir o conteúdo original clique aqui Autor: Nathan Victor
São Paulo alerta para a importância da vacina contra a febre amarela

Quem vai curtir o feriado prolongado do carnaval em cidades paulistas que ficam na divisa com os estados de Minas Gerais e Paraná deve ficar alerta para o risco de contaminação por febre amarela, informa o Centro de Vigilância Epidemiológico (CVE) do Estado de São Paulo. A recomendação foi motivada em razão de municípios mineiros e paranaenses na divisa com o estado de São Paulo estarem em alerta para casos da doença. O risco é maior em áreas de mata e zona rural que recebem turistas para acampamentos, trilhas e outras atividades no feriado de carnaval, que começa daqui a 12 dias. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) reforça a importância da vacinação de rotina, e não apenas em momento epidêmico ou pandêmico, para evitar casos mais graves. No estado de São Paulo, a cobertura vacinal contra febre amarela é de 64%. A diretora do CVE, Tatiana Lang D’Agostini, ressalta que a imunização é imprescindível para quem irá viajar para o interior. “A vacina da febre amarela tem um período de 10 dias para criar anticorpos. Desta forma, quem vai viajar no carnaval para a zona de mata, ir para acampamentos, trilhas, cachoeiras, é de suma importância a imunização o quanto antes”. A SES reforça que a vacina contra febre amarela faz parte do calendário de imunização e está disponível gratuitamente em todos os postos de saúde do estado. Desde 2017, o Ministério da Saúde segue a orientação da Organização Mundial da Saúde, que recomenda apenas uma dose da vacina para toda a vida. A infecção da febre amarela se dá por meio de mosquitos silvestres, que vivem em região de mata e não habitam o ambiente urbano das cidades. No dia 27 de janeiro, o estado de São Paulo registrou o primeiro caso confirmado de febre amarela desde 2020. Trata-se de um homem, de 73 anos, morador de zona rural na cidade de Vargem Grande do Sul, divisa com Minas Gerais. Conteúdo originalmente publicado no site da Agência Brasil. Para conferir o conteúdo original clique aqui Texto: Ludmilla Souza Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil
Cannabis medicinal: conheça histórias de quem luta para ter o remédio

“Faz nove anos que eu nunca mais precisei levar minha filha para o pronto socorro por causa de convulsão”. O relato é de Cidinha Carvalho, mãe de Clárian Carvalho, hoje com 19 anos, e que trata a Síndrome de Dravet com uso do óleo de cannabis, remédio extraído da cannabis sativa, planta popularmente conhecida como maconha. Na última terça-feira (31), foi sancionada a Lei 17.618/2023, que institui a política de fornecimento gratuito desses medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) em São Paulo. A partir de agora, o governo paulista terá de regulamentar e estabelecer regras para distribuição dos medicamentos. Em 30 dias, a partir da publicação no Diário Oficial, deverá ser composta uma comissão, formada por técnicos, associações de pesquisa e representantes de pacientes e familiares, que ficará responsável por formular as diretrizes. A lei deve entrar em vigor em 90 dias. Antes, os remédios só eram fornecidos pelo governo paulista por meio de decisão judicial. Em nota, o governo diz que a medida “minimiza os impactos financeiros da judicialização e, sobretudo, garante a segurança dos pacientes, considerando protocolos terapêuticos eficazes e aprovados pelas autoridades de Saúde”. Para a psiquiatra Clarisse Moreno Farsetti, especializada em terapia canabinóide, a lei é um avanço, sobretudo para quem não tem condições de comprar a medicação. “A gente começa a ter um meio para que pessoas, que não tem condições financeiras de arcar com o tratamento, muitas vezes nem a papelada mesmo, a compra dos primeiros produtos. Provavelmente, depois da regulamentação, isso vai ser possível”. Clárian e a Síndrome de Dravet A notícia é também um alento para os pacientes que dependem dos medicamentos à base de cannabis e que, atualmente, só conseguem obtê-los por meio de medidas judiciais, associações da sociedade civil e outros mecanismos privados. Moradores na Vila Formosa, zona lesta de São Paulo, Cidinha Carvalho e o marido, Fábio Carvalho, descobriram que Clárian era portadora da Síndrome de Dravet quando a filha era bebê e apresentou um quadro de convulsão. Doença genética rara, a síndrome, também conhecida como Epilepsia Mioclônica Grave da Infância (EMGI), é progressiva, incapacitante e não tem cura. Caracteriza-se por crises epilépticas que podem durar horas e atraso do desenvolvimento psicomotor e cognitivo. Antes de iniciar o tratamento com óleo de cannabis, Cidinha conta que a filha era apática, não interagia e convulsionava por mais de uma hora, com crises generalizadas. Não conseguia elaborar frases completas e sem coordenação motora: não corria, não pulava, não transpirava e sequer subia escadas sozinha. Durante o sono, tinha episódios de apneia, distúrbio que afeta a respiração, fazendo com que parasse de respirar uma ou mais vezes ao longo da noite. De acordo com a mãe, com o óleo, a saúde de Clárian apresentou melhora significativa. As crises diminuíram em 80% e ficaram mais curtas, com duração de menos de um minuto. Após quatro meses de uso, ela começou a transpirar. E em oito meses, pulou em uma cama elástica pela primeira vez. O equilíbrio, o tônus muscular e o sistema cognitivo estão melhores, e a apneia durante o sono desapareceu. Clárian, inclusive, conseguiu iniciar o processo de alfabetização. Habeas corpus Até descobrirem os benefícios do óleo de cannabis para o tratamento da filha, Cidinha e Fábio passaram por uma longa jornada de aprendizado e de luta contra o preconceito. Foram muitos passos: primeiro, tinham que importar o remédio a um alto custo (cerca de 500 dólares, na época); em seguida, conseguiram uma doação mensal da medicação por meio de uma “rede secreta” no Brasil; assumiram o risco de cultivar a planta sem autorização; aprenderam a extrair o óleo com uma organização chilena; e, por fim, conseguiram a autorização da Justiça para cultivar em casa a cannabis com fins medicinais. Em 2016, o casal entrou com pedido na Justiça para ter o direito de cultivar e extrair o óleo em casa para fins medicinais. Nessa época, contaram com o apoio da Rede Jurídica pela Reforma da Política de Drogas (Rede Reforma). Dois anos antes, pacientes e suas famílias já tinham iniciado a luta para conseguir esse direito, já que o Estado brasileiro não fornecia o medicamento e havia a ameaça de serem presos por cultivar a planta em casa, apesar de destinada para fins medicinais. No mesmo ano em que Cidinha e Fábio ingressaram com o pedido, um fato marcou essa jornada: um dos fundadores da Rede Reforma, do Rio de Janeiro, foi preso por ter cultivo de maconha para fins terapêuticos em sua residência. A partir desse caso, a rede passou a usar o habeas corpus preventivo, o mecanismo jurídico utilizado para proteger aqueles que já tiveram a liberdade coagida ou aqueles que estão sob a iminência de serem presos, para que as famílias tivessem o direito de cultivo. “É assim que surge a tese, da junção da criatividade dos nossos fundadores com a sensibilidade contra as injustiças causadas pela Lei de Drogas, que começou a afetar a saúde de tantos brasileiros, prejudicando o acesso a essa saúde, à dignidade humana”, explica a advogada da Rede Reforma, Gabriella Arima. A tese foi replicada para milhares de outros casos. Hoje, estima-se que existam cerca de 2 mil salvos-condutos no Brasil, grande parte concedido pelo Tribunal Federal de São Paulo (TRF3). Com o habeas corpus em mãos, Cidinha e Fábio passaram a cultivar a planta e a extrair o óleo em casa. E junto nasceu a Cultive – Associação de Cannabis e Saúde, com a missão de representar os anseios de quem necessita da cannabis como tratamento e defender a reforma das leis e políticas sobre drogas, de acordo com o site da associação liderada pelo casal. Sobre a sanção da lei paulista, Cidinha diz que o mais importante é que seja cumprida. “Tão importante quanto a regulamentação é o estado cumprir. Nós temos três estados que já sancionaram, mas não estão cumprindo. Então, espero que São Paulo faça a diferença, mas para isso precisa ter uma regulamentação”. Próximos passos Segundo a advogada Gabriella Arima, Goiás, Rio de Janeiro e Paraná
Pesquisa revela que covid-19 pode permanecer por longo tempo

Uma pesquisa realizada com brasileiros revela que quase 60% das pessoas que contraíram covid-19 desenvolveram a doença por longo tempo, com sintomas que permaneceram pelo menos por três meses após a fase aguda. Realizado pela Rede de Pesquisa Solidária em Políticas Públicas e Sociedade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o estudo usou um questionário online destinado a pessoas que tinham contraído a doença. Para a análise, foram considerados 1.230 participantes que apresentaram diagnóstico de covid-19 confirmado por teste PCR. Deste total, 720 pessoas mantiveram sintomas por três meses, ou mais, e 496 disseram que não estavam totalmente recuperados no momento da pesquisa. Os efeitos prolongados da doença foram mais frequentes entre os não vacinados. Além disso, mais de 80% das pessoas com covid-19 longa demandaram serviços de saúde por causa da persistência dos sintomas. Fadiga, ansiedade, perda de memória e queda de cabelo foram alguns dos principais sintomas apontados. Foram citados mais de 50 sintomas persistentes, agrupados em dez categorias: cardiovasculares/coagulação, dermatológicos, endócrino-metabólicos, gastrointestinais, músculoesqueléticos, renais, respiratórios, neurológicos e de saúde mental, além de sintomas gerais, como dor e tontura. Os resultados do estudo foram publicados em janeiro. Entre os pesquisadores que assinam a nota técnica, estão Claudio Maierovitch, Vaneide Pedi, Erica Tatiane da Silva e Mariana Verotti, da Fiocruz Brasília, além de Rafael Moreira e Marcos Pedrosa, da Fiocruz Pernambuco. A publicação analisa os sintomas da covid-19 longa no Brasil e o acesso ao diagnóstico e ao tratamento. “A falta de dados inviabiliza o desenho de estratégias para alertar a população sobre os riscos de desenvolver esta forma de covid-19 e de serviços de assistência para atender às pessoas que sofrem de sequelas prolongadas”, diz a equipe técnica responsável pela pesquisa. O objetivo do estudo foi justamente contribuir para o preenchimento das lacunas desses dados. Protocolos de monitoramento de pacientes com sequelas persistentes, investimentos em atividades de reabilitação com abordagem multidisciplinar e atenção especial à covid-19 longa nas populações mais socialmente vulnerabilizadas estão entre as recomendações do documento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 10% a 20% dos pacientes considerados livres do Sars-CoV-2 e da doença aguda podem apresentar covid-19 longa, isto é, entre 2,8 milhões e 5,6 milhões de brasileiros poderão precisar de cuidados de saúde por sofrer desta forma da doença. Tal condição refere-se a uma variedade de sintomas que permanecem ou até aparecem pela primeira vez até três meses após a infecção por Sars-Cov-2, sintomas que não podem ser explicados por outros motivos e que trazem prejuízos à saúde e à qualidade de vida. Embora o mecanismo exato que leva à covid-19 longa ainda seja desconhecido, acredita-se que a doença esteja associada ao processo inflamatório causado pelo vírus, que começa no pulmão e se espalha para outros órgãos e tecidos. Apesar de mais frequentemente observada em idosos, mulheres e pacientes graves na fase aguda, a covid longa pode se manifestar em qualquer pessoa. O tratamento varia conforme os sintomas apresentados, e o desfecho depende de fatores como a gravidade desses sintomas, a existência de outras doenças crônicas e o acesso ao cuidado e à reabilitação. “Estudo recente sugere que as vacinas e, principalmente, as doses de reforço, podem amenizar o quadro ou diminuir as chances de desenvolver a covid-19 longa”, destaca a nota técnica, reforçando que a população deve ser informada sobre a importância de evitar infecções sucessivas e sobre os riscos de desenvolver sequelas. Conteúdo originalmente publicado no site da Agência Brasil. Para conferir o conteúdo original clique aqui Autor: Douglas Corrêa Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil
Rio suspende vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19

O Rio de Janeiro suspendeu a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a cidade está “desabastecida da vacina” para essa faixa etária e “aguarda a chegada de doses”. O Rio começou, em 9 de janeiro, a aplicar a dose de reforço nessa faixa etária para aqueles que tivessem tomado a segunda dose há pelo menos quatro meses. Dose de reforço De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 78% das crianças de 5 a 11 anos foram imunizadas com pelo menos uma dose, enquanto 58% receberam as duas primeiras doses. Mas apenas 7% buscaram a dose de reforço. Ainda segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a vacina para pessoas a partir de 12 anos está sendo oferecida normalmente nas unidades de saúde. Conteúdo originalmente publicado no site da Agência Brasil. Para conferir o conteúdo original clique aqui Autor: Vitor Abdala Foto: Rovena Rosa
Profissão de farmacêutico é a segunda com mais novos empregos no país

Segundo o portal Panorama Farmacêutico, baseado em estimativas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no ano passado, cerca de 49 mil farmacêuticos foram contratados com registro em carteira de trabalho, contra 31,3 mil de 2021. O saldo entre novos empregos e demissões é superior a 8,2 mil. Pelo terceiro ano seguido, a profissão farmacêutica é a segunda que mais gerou empregos formais no Brasil entre as carreiras com exigência de diploma, atrás somente dos enfermeiros. Esse dado ajuda a mapear uma das áreas que experimentou o maior nível de crescimento e transformação nos últimos tempos. Antes da pandemia, a profissão farmacêutica era a quarta carreira com maior contingente de novos empregos. A Covid-19 ajudou a acelerar o interesse por esses profissionais, mas especialistas entendem que a demanda por mão de obra no setor não está somente atrelada ao coronavírus. Como exemplo, a Resolução CFF 720/2022, que regulamenta os padrões para implementar consultórios farmacêuticos independentes, estimulou novos recrutamentos. “Para completar, temos agora a Resolução CFF 727/22, que regula a atividade de telefarmácia. Essa inovação ajuda a aproximar o farmacêutico do paciente e pode significar um diferencial competitivo na carreira”, ressalta o consultor farmacêutico, Tiago Bocalon. Piso dos farmacêuticos Em 2022, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) se mobilizou para que o projeto de lei (PL) sobre o piso nacional para os farmacêuticos fosse aprovado. É uma grande batalha em prol dos profissionais e de condições mínimas para que a categoria tenha o devido reconhecimento e valorização. A luta é para o aumento de oportunidades de trabalho com pré-requisito obrigatório de uma remuneração justa e condizente com a realidade do país. Em 2023, a mobilização pela aprovação do #PisoJá será ainda maior. O PL do piso salarial do farmacêutico foi aprovado, em novembro, na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) e seguiu em tramitação, dentro da Câmara dos Deputados, para a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP), onde recebeu pedidos de vista e sua votação foi adiada para este ano. O presidente do CFF, Walter Jorge João, reafirma o seu compromisso com o piso dos farmacêuticos. “Estamos empenhados em conseguir fazer com que esse PL seja aprovado. A nossa profissão é indispensável à saúde da sociedade brasileira. Precisamos de união entre os farmacêuticos e foco! A mobilização vai ser ainda maior em 2023”, destacou.
São Paulo terá medicamento à base de cannabis no SUS

A lei que garante a inclusão dos medicamentos à base da cannabis no Sistema Único de Saúde (SUS) em São Paulo foi sancionada hoje (31), com vetos parciais. O projeto foi aprovado em 21 de dezembro na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) com proposição do deputado Caio França (PSB). Nas redes sociais, o parlamentar disse que esta é uma vitória das famílias “de autistas, pessoas com síndromes raras, Parkinson e outras patologias”. Ontem (30), o deputado entregou um abaixo-assinado com 40 mil assinaturas, além de notas de apoio, ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. A nova lei tinha que ser sancionada ou vetada até esta sexta-feira (3). Os vetos parciais, segundo o governo, dizem respeito a trechos em desacordo com a Constituição Federal de 1988. O texto será remetido à Alesp para apreciação. O governo estadual informou que um grupo de trabalho será criado para regulamentar a nova lei. “Os profissionais serão responsáveis pela implementação, atualização e reavaliação da Política Estadual de Medicamentos Formulados à Base de Cannabis”, apontou em nota. A medida “minimiza os impactos financeiros da judicialização e, sobretudo, garante a segurança dos pacientes, considerando protocolos terapêuticos eficazes e aprovados pelas autoridades de Saúde”. A importação de produtos medicinais feitos a partir da cannabis foi liberada em 2015 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os medicamentos só eram fornecidos pelo governo do estado mediante decisão judicial. Conteúdo publicado originalmente na Agência Brasil. Para conferir o conteúdo original clique aqui
Ministério da Saúde divulga cronograma do Programa Nacional de Vacinação de 2023

O Ministério da Saúde divulgou, nesta terça-feira (31), o cronograma do Programa Nacional de Vacinação 2023. As ações devem começar a partir de 27 de fevereiro, com a vacinação com doses de reforço bivalentes contra a Covid-19 em pessoas com maior risco de desenvolver formas graves da doença, como idosos acima de 60 anos e pessoas com deficiência. Aumentar as coberturas vacinais, que apresentaram índices alarmantes nos últimos anos, é prioridade do Governo Federal. Também está prevista a intensificação na campanha de Influenza, em abril, antes da chegada do inverno, quando as baixas temperaturas levam ao aumento nos casos de doenças respiratórias. Haverá, ainda, ação de multivacinação de poliomielite e sarampo nas escolas. “Estamos diante de um cenário de baixas coberturas. Foi atacada a confiança da nossa população nas nossas vacinas. É fundamental retomar a rotina de vacinação para evitarmos epidemias de doenças, inclusive, já controladas”, destaca a ministra da Saúde, Nísia Trindade. As etapas e fases foram organizadas de acordo com os estoques existentes, as novas encomendas realizadas e os compromissos de entregas assumidos pelos fabricantes das vacinas. O cronograma foi pactuado durante várias reuniões, desde o começo do ano, com representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), técnicos e especialistas da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (Ctai) e na primeira reunião de 2023 da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), e pode ser alterado, adiantado ou sobreposto, caso o cenário de entregas seja modificado ou tão logo novos laboratórios tenham suas solicitações aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Veja o cronograma de cinco etapas: Etapa 1 – fevereiro Vacinação contra Covid-19 (reforço com a vacina bivalente) (estimativa populacional: 52 milhões) Público-alvo: • Pessoas com maior risco de formas graves de Covid-19; • Pessoas com mais de 60 anos; • Gestantes e puérperas; • Pacientes imunocomprometidos; • Pessoas com deficiência; • Pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência (ILP); • Povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas; • Trabalhadores e trabalhadoras da saúde. Etapa 2 – março Intensificação da vacinação contra Covid-19 Público alvo: • Toda a população com mais de 12 anos. Etapa 3 – março Intensificação da vacinação de Covid-19 entre crianças e adolescentes Público alvo: • Crianças de 6 meses a 17 anos. Estratégias e ações: • Mobilizar a comunidade escolar, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio com duas semanas de atividades de mobilização e orientação; comunicar estudantes, pais e responsáveis sobre a necessidade de levar a Caderneta de Vacinação para avaliação; Etapa 4 – abril Vacinação de Influenza Público-alvo: • Pessoas com mais de 60 anos; • Adolescentes em medidas socioeducativas; • Caminhoneiros e caminhoneiras; • Crianças de 6 meses a 4 anos; • Forças Armadas; • Forças de Segurança e Salvamento; • Gestantes e puérperas; • Pessoas com deficiência; • Pessoas com comorbidades; • População privada de liberdade; • Povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas; • Professoras e professores; • Profissionais de transporte coletivo; • Profissionais portuários; • Profissionais do Sistema de Privação de Liberdade; • Trabalhadoras e trabalhadores da saúde. Etapa 5 – maio Multivacinação de poliomielite e sarampo nas escolas Estratégias e ações: • Mobilizar a comunidade escolar, com duas semanas de atividades de mobilização e orientação; reduzir bolsões de não vacinados; comunicar estudantes, pais e responsáveis sobre a necessidade de levar a Caderneta de Vacinação para avaliação; Baixa cobertura O Brasil, considerado um país pioneiro em campanhas de vacinação, desde 2016, vem apresentando retrocessos nesse campo. Praticamente todas as coberturas vacinais estão abaixo da meta. Por isso, o objetivo é retomar os altos percentuais de proteção. Diante do cenário de baixas coberturas vacinais, desabastecimento, risco de epidemias de poliomielite e sarampo, além da queda de confiança nas vacinas, o Ministério da Saúde realizou ao longo do mês de janeiro uma série de reuniões envolvendo outros ministérios. É importante ressaltar que para todas as estratégias de vacinação propostas, as ações de comunicação e de comprometimento da sociedade serão essenciais para que as campanhas tenham efeito. A população precisa ser esclarecida sobre a importância da vacinação e os riscos de adoecimento e morte das pessoas não vacinadas. Os principais parceiros do Ministério da Saúde no Programa Nacional de Vacinação 2023 são o Ministério da Educação e os governos estaduais e municipais. “A gente tem o maior programa de imunização do mundo e sempre fomos exemplo. A comunicação, sem dúvidas, será fundamental para que possamos recuperar a confiança nos imunizantes”, diz a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel. Veja aqui as coberturas vacinais por tipo de vacinas, por ano e por grupo no Brasil, de 2012 a 2022. Conteúdo publicado originalmente no site do Ministério da Saúde. Para conferir o conteúdo original clique aqui Autor: Nathan Victor Foto: Walterson Rosa/MS
Livro aborda criação da primeira vacina brasileira contra Covid-19 pela Fiocruz

No início da pandemia da Covid-19 no mundo, diversos países, governos, institutos de pesquisas, empresas e universidades, empreenderam esforços para descobrir uma solução que protegesse a população da doença e de seus efeitos. Uma vacina contra a Covid-19 foi considerada a alternativa mais viável. Assim, considerando a importância da vacina para melhor preparar a população dos impactos da Covid-19, pesquisadores e entidades vinculadas à saúde iniciaram em 2020 uma corrida para acelerar o seu desenvolvimento. Alguns desafios existiram para a criação da vacina, como o prazo para o desenvolvimento, pois uma vacina leva cerca de dez anos para ser produzida. Esse prazo seria inviável para a Covid-19, pois os efeitos seriam ainda mais devastadores. No Brasil, as circunstâncias econômicas, geográficas, históricas e institucionais conformaram um ambiente particular que requeria soluções específicas para sua realidade. Nesse cenário, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Bio-Manguinhos/Fiocruz foram protagonistas na busca de soluções para enfrentar a pandemia, incluindo a vacina. De autoria de Maurício Zuma Medeiros, Beatriz de Castro Fialho, Priscila Ferraz Soares e Daniel Pacheco Lacerda, o livro “A primeira vacina 100% brasileira contra a Covid-19: a conquista de Bio-Manguinhos/Fiocruz” (Editora Fiocruz, 2020), conta os esforços empreendidos para a criação da vacina no Brasil. O objetivo da publicação é expor uma visão ampla, na perspectiva dos distintos atores envolvidos, do conjunto de esforços e inovações empreendidos para viabilizar uma vacina que proteja a sociedade brasileira da Covid-19. Para a elaboração desta obra, foram realizadas análises bibliográficas e documentais, além de entrevistas com pessoas envolvidas nos processos. Acesse aqui e faça o download do livro! O livro foi estruturado em quatro partes englobando 14 capítulos. Essas partes e capítulos consideram uma sequência lógica considerando os processos de prospecção, encomenda e transferência tecnológica – além disso, desde a produção e o fornecimento, pós-marketing e farmacovigilância até a distribuição da vacina e a vacinação da população brasileira. Por fim, são explicitados os processos que permeiam toda a cadeia de valor, como a governança, a gestão do projeto e a estratégia regulatória. Conteúdo originalmente publicado no site do Conselho Federal de Farmácia