Anabolizantes falsificados: riscos e recomendações

Por Max Viana*

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou a Resolução 657/2023 que determinou a suspensão da distribuição e comercialização de Durateston® (repositor hormonal) e Deca-Durabolin® (esteroide anabolizante) falsificados. Os registros destes produtos se encontram em nome da Schering-Plough, os quais foram cancelados desde 2017. Logo, unidades deste fabricante, ainda que em validade, não devem ser distribuídas e utilizadas.

Clinicamente, esses 2 medicamentos são comumente utilizados em casos de hipotestosteronemia (níveis reduzidos de testosterona) / hipogonadismo (baixa atividade do testículo e ovário) e sarcopenia (redução da musculatura esquelética), respectivamente. Ambos só podem ser prescritos por médicos, sob receituário de controle especial.

Contudo, o uso off-label para fins estéticos e ergogênicos ressalta a atenção. Muitos atletas e praticantes de atividade de força o utilizam sem correta indicação clínica. Seus efeitos adversos, porém, são importantes e devem ser considerados. Entre os mais graves, destacam: aumento no risco de cânceres de próstata e mama, além de hepatite e nefrite medicamentosas. O uso dessas unidades falsificadas, pode agravar ainda mais o quadro, tendo em vista que não se sabe a composição e dose exatas.

Assim, apesar da adulteração precisa dos medicamentos não ter sido divulgada, a decisão assertiva da ANVISA implica na redução de possíveis danos aos usuários. Recomendamos, portanto, que a população confirme na embalagem/rotulagem se o fabricante é a Aspen Pharma, a única que detém devidamente o registro aprovado no Brasil.


*O autor é professor da Faculdade Ibras no curso de Prescrição de Suplementos Alimentares e Fitoterápicos. Doutor em Ciências da Saúde (2019) pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Mestre em Ciências Farmacêuticas (2015) pela UFAL. Especialista em Farmacologia Clínica (2014) pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Extensão (IBPEX). Bacharel em Farmácia (2013) pela UFAL. Desenvolve pesquisas nas áreas de Farmácia clínica no atendimento de pacientes na Farmácia Universitária da UFBA (extensão) e ensaios pré-clínicos voltados à probioticoterapia e desordens neuroimunoendócrinas.

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