Conheça áreas de atuação para profissionais da área de Gestão Pública

Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero e José Amilton, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta terça-feira (17), o diretor da Faculdade Ibras, Valmir De Santi, falou sobre oportunidades de trabalho na área da Gestão Pública. De Santi exemplifica que profissionais com curso superior recebem salários maiores do que aqueles que possuem apenas o ensino técnico. Em concursos como do IBGE, o salário oferecido para o nível técnico era de R$ 3.670 por mês, já para o nível superior poderia chegar até R$ 9.300. Uma oportunidade para alavancar o currículo e conquistar melhores cargos e salários é o curso de Gestão Pública oferecido pela Ibras. Com a duração de dois anos e parcelas acessíveis, a formação une teoria e prática, aliada a professores que já atuam no mercado. “Estamos trabalhando com profissionais e professores que já estão no mercado, que trabalham ou em gestão de projetos, ou em gestão de sistemas de formação, para tentar trazer o melhor possível de formação prática, para que o aluno vivencie”, explica Valmir De Santi. A área de atuação para quem se forma em Gestão Pública vão desde concursos públicos, cargos comissionados, empresas privadas e até mesmo a criação de um empreendimento pessoal, podendo atuar como assessor, consultor e auditor. “Durante o curso vai aprender a fazer projeto, vai aprender a avaliar projeto, como trabalhar como assessor, consultor e auditor e gerar serviços, como auxiliar na captação de recursos através da montagem de serviços. E também trabalho junto a deputados, porque eles têm uma verba garantida, as emendas impositivas, que eles têm que gastar em bons projetos”, observa. A Faculdade Ibras, laureada com nota 5 do MEC, oferece o curso de Gestão Pública com duração de dois anos, no período noturno. Ela está localizada na Av. Antônio Rodrigues Teixeira Júnior, 907 – Jardim Carvalho, na esquina da Praça Dom Antônio Mazzarotto e proximidades da Paróquia Santo Antônio. Mais informações sobre a oferta de cursos podem ser obtidas no site da instituição, pelo telefone (42) 3238-1152 e nas redes sociais: @ibrasfaculdade.

Melatonina: uma abordagem alternativa para o tratamento da insônia

O hormônio indolaminérgico  aprovado em 2021 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para ser comercializado como suplemento alimentar, tem apresentado um crescimento exponencial de prescrições e utilização no Brasil. Neste artigo vamos destrinchar suas indicações terapêuticas, formas de utilização, efeitos colaterais e o que dizem as evidências científicas sobre a efetividade da melatonina. O ritmo de vida dos centros urbanos associado com o uso excessivo de telas (como celulares, computadores etc.), juntamente com os agravamentos sociais e comportamentais provocados pela pandemia do Sars-Cov-2, associado a uma gama de outros fatores socioeconômicos, fizeram crescer exponencialmente os quadros de insônia na população (1,2). Dessa forma, a insônia é um quadro clínico muito presente na Atenção Primária e na Farmácia Comunitária. Embora a farmacoterapia não deva ser o único tratamento para a insônia, os medicamentos podem fazer parte de uma abordagem integrada que inclui estratégias comportamentais e tratamento de comorbidades relevantes. A melatonina (N-acetil-5-metoxitriptamina) é uma pequena molécula lipofílica sintetizada sob influência do ciclo circadiano fisiológico pelo núcleo supraquiasmático (NSQ), sendo essencialmente secretada pela glândula pineal. É um hormônio indolaminérgico, sintetizado a partir do triptofano e derivado da serotonina após duas transformações enzimáticas (3,4).  No início das pesquisas com a melatonina acreditava-se que ela estava apenas associada a reorganização do ciclo circadiano, promoção de sono o e regulação dos ciclos reprodutivos sazonais(5). Atualmente o panorama se estendeu e a melatonina tem apresentado potencial como uma molécula neuro protetora, antioxidante, anti-inflamatório, antienvelhecimento, anticancerígeno e estão documentadas funções importantes na génese e agregação de plaquetas, na composição do sangue, no endotélio dos vasos, na atividade sexual, na temperatura corporal, entre outras (6,7). Em 2021 a Anvisa aprovou o uso de melatonina para formulação de suplementos alimentares, para pacientes acima de 19 anos, com a recomendação de consumo diário máximo de 0,21 mg (8). Isto movimentou o debate sobre a prescrição de melatonina entre os profissionais de saúde, visto que suplementos alimentares são isentos de prescrição, sendo assim, podendo ser prescrito por farmacêuticos. Visto que até tal decisão, era tarjada e só podia ser feita por médicos em farmácias de manipulação. A melatonina exógena pode ser útil para insônia no início do sono em alguns pacientes, embora não possua um efeito hipnótico muito potente, apresenta relevância no tratamento da insônia pois facilita o início do sono, diminuindo a excitação típica do Sistema Nervoso Central (SNC) à noite e ajuda a reforçar a periodicidade circadiana. Assim que administrada ela é rapidamente absorvida, sua meia-vida de eliminação é de aproximadamente 20 a 50 minutos. Os seus efeitos colaterais não estão bem estabelecidos por meio de estudos com qualidade metodológica, no entanto, os mais comumente relatados são sonhos vívidos e pesadelos, tonturas, sonolência diurna, dor de cabeça, sentimentos de curto prazo de depressão, irritabilidade e cólicas estomacais. As doses típicas de melatonina estão na faixa de 1 a 5 mg, embora estejam disponíveis no mercado composições com doses tão baixas quanto 200 mcg e tão altas quanto 20 mg (9). Doses abaixo de 1 mg podem ser tão eficazes quanto quantidades maiores, o que justifica a decisão da ANVISA, sobre a dose máxima permitida para ser comercializada como suplemento alimentar. Os potenciais benefícios do uso de melatonina para insônia no início do sono podem ser melhorados com a sua administração algumas horas antes de dormir. Com a inclusão da melatonina como suplemento alimentar, houve uma ampla difusão, o que refletiu numa alta variedades de formas farmacêuticas disponíveis, de uso oral à sublingual e até mesmo uso tópico.  A melatonina é indicada para queixas predominantemente no início do sono (por exemplo, dificuldade em adormecer na hora desejada, passar mais de 30 minutos acordados antes de adormecer, mas uma vez adormecido consegue manter o sono sem muita dificuldade)(9). Uma revisão sistemática de 2020 identificou 12 meta-análises de ensaios randomizados controlados por placebo (3 a 13 ensaios por estudo, a maior análise incluiu 1.315 pacientes) com qualidade variando de moderada a criticamente baixa (10). Os autores concluíram que a melatonina resulta em uma melhora estatisticamente significativa, mas pequena, na latência do sono e no tempo total de sono, com falta de consenso sobre se os efeitos são clinicamente significativos. Em 2020 foi lançado no Brasil o primeiro medicamento agonista dos receptores de melatonina MT1 e MT2, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para o tratamento da insônia, o Ramelteon (Rozerem®), Como a melatonina, o Ramelteon facilita o início do sono, diminuindo a excitação típica do SCN à noite (MT1) e aparentemente ajuda a reforçar a periodicidade circadiana (MT2). Enquanto profissionais-chave no uso racional de medicamentos devemos usar o senso crítico para avaliar a necessidade de uso desta substância pelo paciente e por outro lados devemos aproveitar a disponibilidade desta boa alternativa terapêutica de baixa complexidade posológica e de fácil administração para tratarmos uma queixa de insônia sem sinais de alerta, no âmbito do Cuidado Farmacêutico. Referências Roach M, Juday T, Tuly R, Chou JW, Jena AB, Doghramji PP. Challenges and opportunities in insomnia disorder. Int J Neurosci [Internet]. 2021 [cited 2022 Jul 12];131(11):1058–65. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32449423/ Krystal AD, Ashbrook LH, Prather AA. What Is Insomnia? [Internet]. Vol. 326, JAMA – Journal of the American Medical Association. JAMA; 2021 [cited 2022 Jul 12]. p. 2444. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34932076/ Hardeland R, Tan DX, Reiter RJ. Kynuramines, metabolites of melatonin and other indoles: The resurrection of an almost forgotten class of biogenic amines [Internet]. Vol. 47, Journal of Pineal Research. J Pineal Res; 2009 [cited 2022 Jul 11]. p. 109–26. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19573038/ Zhang HM, Zhang Y. Melatonin: A well-documented antioxidant with conditional pro-oxidant actions [Internet]. Vol. 57, Journal of Pineal Research. J Pineal Res; 2014 [cited 2022 Jul 11]. p. 131–46. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25060102/ Arendt J. Melatonin and human rhythms. In: Chronobiology International [Internet]. Chronobiol Int; 2006 [cited 2022 Jul 11]. p. 21–37. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16687277/ Vielma JR, Bonilla E, Chacín-Bonilla L, Mora M, Medina-Leendertz S, Bravo Y. Effects of melatonin on oxidative stress, and resistance to bacterial, parasitic, and viral infections: A review [Internet]. Vol. 137, Acta Tropica. Acta

Transtorno de Ansiedade: evidências no uso de Práticas Integrativas e Complementares (PICs)

Os transtornos de ansiedade estão entre os problemas de saúde mental mais recorrentes. Muitos pacientes com transtornos de ansiedade consideram os tratamentos convencionais (ocidentais) de saúde mental insuficientemente úteis e recorrem às Práticas Alternativas e Complementares (PICS) como um adjunto ou substituto. Estudos epidemiológicos sugerem que 30 a 43 por cento dos pacientes tratados na atenção primária para ansiedade usam remédios ou PICS como pelo menos parte de seu tratamento. Os profissionais de saúde precisam estar bem preparados para saber sobre a eficácia e segurança dos tratamentos das PICS disponíveis para transtornos de ansiedade. Fitoterapia Kava-kava  Kava-kava ou kava ( Piper methysticum ) tem sido usada para fins medicinais, religiosos e sociais em várias culturas na margem sul do Pacífico. O remédio tradicionalmente vem da raiz, que é combinada com água para formar uma emulsão. Os produtores de fitofármacos ocidentais podem usar outras partes da planta para fazer pílulas, por exemplo, caules, folhas, cascas e cascas. Os principais ingredientes ativos dos remédios de kava são chamados kavalactones; 15 foram identificados, todos com propriedades psicoativas. O mecanismo de ação não é conhecido; pesquisas sugerem uma modulação da atividade GABA e inibição da recaptação de noradrenalina e dopamina. Duas metanálises de múltiplos ensaios randomizados descobriram que a kava reduz a ansiedade em pacientes com níveis elevados de sintomas. Como exemplo, uma meta-análise de sete ensaios clínicos randomizados de 380 participantes com sintomas de ansiedade elevados descobriu que o extrato de kava reduziu a ansiedade conforme medido pela escala de ansiedade de Hamilton (HAM-A) em comparação com participantes que receberam placebo (diferença de média ponderada: 3,9, 95 % CI 0,1-7,7). A maioria dos estudos apresentou falhas metodológicas, amostras pequenas e conflitos de interesse. Valeriana  A  raiz da valeriana ( Valeriana officinalis ), descrita pela primeira vez por Hipócrates, tem efeitos sedativos e ansiolíticos. Vários compostos foram detectados na valeriana, incluindo alcalóides, flavonóides e GABA. Seu mecanismo de ação não é conhecido, mas parece ter uma relação com a afinidade da raiz de valeriana para o receptor GABA. Valeriana não reduziu a ansiedade em comparação com o placebo em um único ensaio pequeno. Um ensaio clínico distribuiu aleatoriamente 36 pacientes com transtorno de ansiedade generalizada (TAG) para receber valeriana diária, diazepam ou placebo. Após quatro semanas, não houve diferenças significativas na escala HAM-A ou nos efeitos colaterais entre os pacientes tratados com valeriana em comparação com o placebo. Flor da Maracujá  A  flor do Maracujá ( Passiflora incarnata ) é tradicionalmente usada como uma erva calmante nas Américas e na Europa. Seu extrato também é utilizado como aromatizante em alimentos e bebidas. Os efeitos ansiolíticos do maracujá são mais brandos do que da kava ou valeriana; portanto, é mais comum encontrar a flor do maracujá comercializada em combinação com outras ervas. Dois pequenos ensaios com passiflora mostraram resultados mistos. Como exemplo, um ensaio com 90 pacientes com ansiedade pré-cirúrgica descobriu que os pacientes tratados com maracujá experimentaram menos ansiedade em comparação com os pacientes tratados com placebo. Referências PubMed – Kava-Kava extract LI 150 is as effective as Opipramol and Buspirone in Generalised Anxiety Disorder–an 8-week randomized, double-blind multi-centre clinical trial in 129 out-patients.Boerner RJ, Sommer H, Berger W, Kuhn U, Schmidt U, Mannel M Phytomedicine. 2003;10 Suppl 4:38-49.PubMed – Effect of valepotriates (valerian extract) in generalized anxiety disorder: a randomized placebo-controlled pilot study.Andreatini R, Sartori VA, Seabra ML, Leite JR Phytother Res. 2002;16(7):650 PubMed – Preoperative oral Passiflora incarnata reduces anxiety in ambulatory surgery patients: a double-blind, placebo-controlled study. Movafegh A, Alizadeh R, Hajimohamadi F, Esfehani F, Nejatfar M Anesth Analg. 2008 Jun;106(6):1728-32.

Resolução amplia atuação de farmacêuticos no uso de gases medicinais

A publicação do Diário Oficial da União no último dia 8 revoga a resolução CFF 470/2008 a respeito do uso de gases medicinais por farmacêuticos A publicação do Diário Oficial da União no último dia 8 revoga a resolução CFF 470/2008 a respeito do uso de gases medicinais por farmacêuticos. A resolução CFF 731/2022 substitui a antiga, que era restrita a responsabilidades de envase, distribuição, comercialização e armazenamento, por exemplo. Com a atualização, o farmacêutico pode participar do processo desde a fabricação dos gases até o acompanhamento de seu uso. Segundo o artigo 3° da resolução, os gases considerados de uso consagrado para diagnósticos são o oxigênio, óxido nitroso, dióxido de carbono, nitrogênio líquido como componente em misturas de gases para terapia respiratória, ar comprimido medicinal, ar sintético medicinal, hélio 79% + oxigênio 21% e a mistura de oxigênio medicinal 50% + óxido nitroso medicinal 50%. Ainda de acordo com o texto, o farmacêutico se responsabiliza por supervisionar toda a cadeia logística para garantir a qualidade, segurança e o cumprimento da legislação. Com a nova resolução, espera-se ampliar a atuação do farmacêutico. Ao ampliar o envolvimento do profissional com os gases medicinais, busca-se qualificar os farmacêuticos já envolvidos nesta indústria para assumirem estes cuidados desde a fabricação e, também, abrir espaço para que outros colegas atuem na área. A resolução entrou em vigor na data de sua publicação e pode ser lida na íntegra no site do CFF